segunda-feira, 29 de março de 2010

FENICAFÉ: PALESTRA DE DIRETOR DA ABIC DESTACA IMPORTÂNCIA DO CONILLON

Lessandro Carvalho - Safras

SAFRAS (26) – O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Nathan Herszkowicz, fez palestra nesta sexta-feira durante a Fenicafé, que se realiza de 24 a 26 de março em Araguari/Minas Gerais, com o tema \"O mercado de café frente ao crescimento da produção de conillon\". Apesar da \"polêmica\" em relação ao incremento da produção de conillon no Brasil e no mundo e seu efeito sobre o preço do café por ser um grão de qualidade \"inferior\", Herszkowicz ressaltou a importância do conillon no mercado. \"O importante é conseguir valor pelo café, seja ele arábica ou conillon. Este é o grande desafio e a preocupação. Há mercado para isso\", afirmou na palestra Nathan Herszkowicz. Herszkowicz lembrou que a produção mundial de café cresceu em torno de 20 milhões de sacas nos últimos 10 anos. Enquanto isso, o consumo mundial subiu mais que isso, 25 milhões de sacas, passando de 104,7 milhões de sacas em 2000 para 130 milhões de sacas em 2008, ou seja, em oito anos. \"E nos próximos dez anos o consumo deve crescer mais 25 a 30 milhões de sacas\", observou. O Brasil tem que garantir o abastecimento do café para suprir essa demanda e o conillon também será importante para isso, não apenas o arábica, indicou.

O conillon representa hoje no mundo praticamente 40% da produção mundial, vindo num crescente, especialmente com o aumento da safra vietnamita, que superou a Colômbia como segundo maior produtor mundial, entre outros países, como os asiáticos. No Brasil, a produção do conillon representa em torno de 35% da safra nacional m média. \"O conillon viabilizou o suprimento para o crescimento da demanda interna\", lembrou Herszkowicz. Dentro do Programa de Qualidade do Café (PQC), os blends para receberem o Selo de Qualidade Tradicional tem de ter no máximo 20% de grãos conillon; o Superior apenas 10%; e os Cafés Gourmets só podem ter café arábica. Em média, a indústria do torrado e moído trabalha com 35% de cafés conillon em seus blends, o que é exatamente o percentual do que o Brasil produz de conillon em relação ao total.
Ainda falando sobre a importância do café conillon, Herszkowicz colocou que é esse café que abastece a indústria do solúvel. E o próximo passo é se investir mais na qualidade também dos grãos conillon, o que já vem sendo feito. \" Melhor qualidade gera maior valor agregado e mais renda ao produtor\", disse Nathan. Ele exemplificou que s indústrias aprenderam a utilizar o conillon em seus blends muitas vezes para minimizar o efeito dos arábicas de uma qualidade mais fraca, com muitos grãos verdes.
Para o diretor executivo da ABIC, o conillon tem um enorme potencial para a exportação, e o Brasil quase não exporta este tipo de café.
Nathan Herszkowicz encerrou sua palestra trazendo uma mensagem do presidente da ABIC, Almir José da Silva Filho, que justamente lembra que o importante não é se o café é conillon ou arábica, mas sim buscar o incremento na demanda através da qualidade. \"O que realmente importa é estimular o consumo de todas as formas de café com qualidade crescente, maior valor agregado e rentabilidade em todo agronegócio\". (Por Lessandro Carvalho, de Araguari/MG)

Fenicafé se consolida como maior evento da cafeicultura irrigada do país

A organização estima, que mais de 15 mil pessoas tenham passado pelo evento durante os três dias de realização. A Fenicafé 2011 já tem data para acontecer de 06 a 08 de abril

Lilian Rodrigues
A Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) comemora mais uma vez o sucesso da Fenicafé, que em 2010 apresentou o tema “Previna-se: Quem Investe em Irrigação Colhe Mais”. A ACA estima que cerca de 15 mil pessoas entre produtores, empresários, comunidade científica, estudantes e comerciantes ligados à cafeicultura brasileira, representando 150 cidades de 12 estados Brasileiros, tenha passado pelo evento, durante os três dias de sua realização. Pesquisadores especialistas em Cafeicultura Irrigada expuseram as mais recentes pesquisas, em um encontro que congrega simultaneamente três eventos: o XV Encontro Nacional de e Irrigação da Cafeicultura do Cerrado, a XII Feira de Irrigação em Café do Brasil e o XII Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada.
Realizada com o objetivo divulgar a importância da irrigação e seus sistemas, a Fenicafé em 2010 apresentou lançamentos de produtos e equipamentos, bem como os resultados de pesquisas para o incremento da produtividade e da qualidade do café do cerrado brasileiro. O evento é uma realização da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) – Café do Cerrado Brasil e conta com o apoio da Embrapa/Café – Prefeitura Municipal de Araguari, Ministério da Agricultura e Sebrae/MG. 60 expositores ocuparam os 85 stands da feira, que além de cursos e palestras reservou muitas atrações aos participantes.
O presidente da ACA, Nivaldo Ribeiro de Souza, disse que a Fenicafé 2010 foi um sucesso de público. “Tivemos este ano, excelentes palestrantes que trouxeram para Araguari o mais alto nível de informação em cafeicultura irrigada e outros assuntos. Com certeza o produtor, que busca a baixa do custo e o aumento da produtividade, conseguiu levar algo novo para sua propriedade”, ressalta.
Souza afirma que uma novidade este ano foi à presença ilustre do professor Derrel Martin, da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos. “O professor nos mostrou que o Brasil ainda está muito atrasado quando o assunto é irrigação. O estado de Nebraska, que é menor que o estado de Pernambuco, tem 3,4 milhões de hectares irrigados, o que corresponde uma área superior à irrigação de todo território brasileiro”.
Para 2011, a ACA promete fazer um enorme esforço para trazer para Araguari um dia internacional da irrigação com palestrantes norte-americanos e europeus. A intenção é trazer mais conhecimento na área de recursos hídricos e legislação ambiental.

Abertura
Autoridades nacionais, relacionadas ao setor cafeeiro, participaram da abertura, dentre elas destaca-se, o ex-ministro Alysson Paulinelli, que fez a palestra magna de abertura falando sobre “Os Novos Desafios da Agricultura Brasileira”; Nilvado Ribeiro, presidente da ACA, Lucas Tadeu Ferreira, do Decaf (Departamento de Café do Mapa), José Geraldo Eugênio, secretário executivo da Embrapa, Mirian Terezinha, gerente adjunta da Embrapa Café, Dr. Ricardo , diretor executivo do Banco do Brasil, Gilman Viana, secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais, o deputado federal Silas Brasileiro, o deputado José Fernando Aparecido de Oliveira (PV-MG) , Gulherme Braga do Cecafé, João Roberto Puliti, diretor da Faemg, Francisco Sérgio de Assis, presidente da Federação do Café do Cerrado, deputado Marcos Pontes, Major Ailton Donizete de Souza, Túlio Rodrigues de Souza, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Araguari, Carlos Aberto Paulino, da Coouxupé, Eunice Mendes, presidente da Câmara de vereadores de Araguari, prefeito de Araguari, Marcos Coelho, o Coronel André Luiz Stangl Risse, comandante do 11º. Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro, entre outros.
No discurso de abertura da solenidade, entre homenagens e agradecimentos, Souza, destacou o desenvolvimento da Fenicafé ao longo destes 15 anos. “A Fenicafé cresce a cada ano e a sua realização é de importância fundamental para a cafeicultura brasileira”. “Poucas regiões produzem café irrigado. E essa irrigação promoveu, ao longo dos anos, a busca de alternativas por parte dos produtores e do aumento da produtividade. Isso faz com que pessoas de várias regiões venham conhecer os sistemas de irrigação e as técnicas que estão sendo agregadas”, completa. Mais uma vez foi falado em união do setor. Segundo Souza, a cafeicutura deve se organizar levando propostas de políticas agrícolas que condiza com a realidade do setor. “Que nos próximos eventos estamos discutidos não a prorrogação de dívidas, mas técnicas que difundem novas tecnologias e aumente a renda para o produtor”, salienta.
Souza acredita que a Fenicafé é uma oportunidade para os cafeicultores e técnicos tomarem conhecimento dos resultados das pesquisas e também apontar demandas para novos estudos. “Por possibilitar um melhor aproveitamento de terras aparentemente inaproveitáveis para a agricultura e reduzir os riscos de quebra de safra, a irrigação é a tecnologia que tem despertado maior interesse para investimentos”, afirma.
Dos cinco bilhões de pés de café brasileiros, 10% são irrigados, representando em torno de 22% da produção nacional. Em Araguari, sede do evento, cerca de 100% das lavouras são irrigadas.

Discursos e polêmicas
Para o presidente da Federação do Café do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, o café precisa urgente de uma política mais inteligente. “A cafeicultura é um setor muito grande, mas sem uma política de representatividade nada se faz. Devemos pensar em planejamento estratégico. Muitos outros setores já se organizaram e conseguiram bons resultados. O Brasil é o maior produtor de grãos do mundo e com certeza será o maior consumidor, portanto precisamos usar a força do setor que emprega oito milhões de pessoas no país”, destaca.
Já odiretor do Departamento do Café (Decaf) do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), Lucas Tadeu Ferreira, que esteve em Araguari representando o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu a agricultura. Segundo ele, o executivo age dentro da legislação existente e o que falta são medidas jurídicas em apoio a agricultura. “Muitas ações estão fora à alçada do ministério e cumprimos o que está no regulamento”, afirma. Lucas Ferreira anunciou durante a abertura da Feira, a liberação de R$ 2.088 milhões para as tradicionais linhas de crédito da cafeicultura (custeio, colheita e comercialização).
Para o secretário executivo da Embrapa Café, José Geraldo Eugênio, o café tem tradição, portanto é necessária uma política também de ciência e tecnologia. “Precisamos criar uma estrutura de pesquisa para deixarmos de ser simplesmente vendedores de grãos e passarmos para um país com uma commoditie sustentável”, declara.
O secretário da Agricultura do Estado de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, afirmou que o setor cafeeiro precisa urgente de políticas estratégicas eficientes. “É necessário que se faça à retirada de produtos do mercado. O mercado não suporta trabalhar com excesso de produto sem baixar o preço. A minha proposta é que se retire 10 milhões de sacas da produção brasileira para o mercado não ficar ofertado e quando demandar, certamente haverá recuperação de preços e um aumento da renda do produtor”, afirma.

Palestra magna
Um dos momentos mais marcantes da Fenicafé 2010, foi à palestra magna proferida pelo ex-ministro Alysson Paulinelli na abertura do evento. Para Paulinelli, o maior desafio do agronegócio refere-se à organização. “O Brasil não tem política pública nem de produção e muito menos de comercialização, afirma o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli. Segundo Paulinelli, o café está a praticamente sete anos em crise. “Trata-se de uma cultura híbrida. Se há excesso de oferta, o preço cai e se há escassez do produto o preço tende a subir. Nossa grande preocupação é que o setor permanece há sete anos em um aperto sem precedentes. O produtor está descapitalizado e os tradicionais produtores estão deixando a atividade”, afirma, dizendo que o café hoje, não é aquele que gerou a grande economia brasileira no século anterior. “Foi ele quem fez a industria do país, mas foi cedendo espaço”, adianta. “O Brasil que chegou a ter 60% do mercado internacional, hoje tem menos de 20%. Nos fomos perdendo porque não soubemos organizar. Os produtores estão em dificuldade, endividados, por pegarem emprestado um dinheiro que era deles mesmo, que são os recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Brasileira)”, informa.
Paulinelli disse que a situação do setor é muito ruim, não só sob o ponto de vista só econômico, porque o cafe ainda é um importante produto na nossa pauta de exportação, mas principalmente sob o ponto de vista social, porque é uma cultura que gera grande quantidade de emprego no Brasil.

Responsabilidade Ambiental
A ACA, organizadora do Fenicafé, preocupa-se com o meio ambiente. Durante o todo, o ano a associação orienta todos os cafeicultores a trabalharem de forma sustentável tentando cada vez mais otimizar processos, garantindo a sustentabilidade da produção.
As emissões de Gás Carbônico (CO²) emitidas para a atmosfera em decorrência do Fenicafé serão contabilizadas e neutralizadas com o plantio de árvores nativas.
“Esperamos dar o exemplo para todos os envolvidos diretos ou indiretos, para que trabalhem cada vez mais viabilizando o futuro, e garantindo condições de conservação do planeta Terra”, salienta a Comissão Organizadora Fenicafé.

Surpresa
Uma grande surpresa na Fenicafé 2010 foi a palestra relâmpago do norte-americano Derrel Martin Ph.d, P.E, do departament of Biological Systemns Engeneering Irrigation and Water Resourcer Engeneerin Institute of Agriculture and Natural Resources, do departamento de engenharia de irrigação e sistemas biológicos da Universidade de Nebraska nos Estados Unidos. Martin traçou um panorama sobre a gestão de recursos hídricos com base em uma gestão concreta, a partir de estudos realizados na universidade.

Inauguração
A Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) inaugurou oficialmente nesta quinta-feira (25), durante a programação da Fenicafé 2010, o Campo Experimental Izidoro Bronzi. O Campo Experimental fica em uma área arrendada pela ACA e teve suas atividades iniciadas em agosto de 2009. Segundo o presidente da Associação Araguarina, Nivaldo Souza Ribeiro, o Campo foi implantado com o objetivo de fomentar pesquisas nas diversas áreas da cafeicultura, com ênfase nos trabalhos de irrigação, tratos nutricionais, tratos fitossanitários e culturais, além do melhoramento genético e qualidade do café. Mais informações podem ser obtidas no site: http://www.fenicafe.com.br

sexta-feira, 26 de março de 2010

SILO SECADOR chama atenção durante a FeniCafé


O protótipo foi montado dentro de uma quadra poliesportiva do Pica Pau Country Clube

A secagem a baixas temperaturas é definida como o processo em que se força a passagem do ar, à temperatura ambiente ou até 10 °C acima desta, por uma massa de grãos para a retirada do excesso de água, envolvendo, geralmente, a secagem em silos ou em tulhas. Esta técnica não é uma novidade, mas chama a atenção dos visitantes da 15a. Edição da Fenicafé, que se encerra hoje (sexta-feira) em Araguari, no Triangulo Mineiro. Este tipo de secagem na fazenda tem mostrado grande potencial para a manutenção da qualidade dos grãos e para a redução de energia utilizada no aquecimento do ar de secagem. Se bem projetado e manejado, esse sistema, além de preservar a qualidade dos grãos, é eficiente, econômico e o mais adequado para ser utilizado nas propriedades onde se deseja armazenar o produto, aguardando a oportunidade de melhores preços. Porém, a secagem a baixas temperaturas depende muito das condições atmosféricas do local onde está localizada a unidade secadora-armazenadora.
Fatores como temperatura, umidade relativa e, em alguns casos, dependendo do produto, a velocidade de colheita podem levar ao insucesso no uso desta tecnologia. Entretanto, nenhum dos fatores mencionados tem grau de limitação que impeça a adoção do sistema na maioria das regiões brasileiras e a secagem com temperatura do ar próxima da temperatura ambiente pode, facilmente, ser aplicada em pequenas propriedades se o agricultor decidir construir o seu próprio silo secador.
Neste tipo de secagem, a pequena quantidade de ar por unidade de massa de grãos torna o processo lento e, devido ao pequeno fluxo de ar utilizado, apresenta baixa velocidade de secagem, necessitando de mais tempo para finalizar o processo que os sistemas tradicionais com o ar aquecido a altas temperaturas.

FENICAFÉ: Melhoramento genético do café visa aumento na qualidade da bebida

Dr. Gerson Giomo, pesquisador cientifico do IAC fala sobre o assunto durante a 15a. Edição da Fenicafé em Araguari, no Triangulo Mineiro
O melhoramento genético de variedades mais resistentes de café foi tema de uma palestra realizada durante a 15a. Edição da Fenicafé, em Araguari, no Triangulo Mineiro. O assunto foi debatido pelo Dr. Gerson Silva Giomo, pesquisador cientifico do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Giomo apresentou pesquisas realizadas pelo instituto com o objetivo de identificar os genes de resistência a pragas que atacam as folhas do café, principalmente, nas regiões do Cerrado Mineiro. “Os estudos desses genes são de interesse agronômico e a meta é identificar na planta o pedaço de DNA que controla a característica desejada, seja para a resistência a pragas ou para o aumento de produtividade e da qualidade”, esclarece o pesquisador.
O bicho-mineiro, por exemplo, é uma praga que afeta as duas principais variedades plantadas no país: Coffea arabica, conhecido como arábica, destinado ao mercado de café moído e torrado e que representa cerca de 70% da lavoura; e Coffea canephora, ou robusta, usado pela indústria do solúvel em 30% da área plantada. Segundo o pesquisador, o desembolso com defensivos e todo controle fitossanitário para combater a praga absorve R$ 12 do custo por saca. “O desenvolvimento de uma variedade resistente significaria uma economia de grande impacto para a atividade cafeeira”, diz.

Qualidade
Outro fator que se pode destacar no melhoramento genético é o aumento na qualidade da bebida. “O consumidor está cada vez mais exigente e o mercado de cafés especiais aumenta a cada dia. O que o mercado procura são bebidas exóticas e saborosas. Não há dúvida de que cafés de diferentes cultivares apresentam sabor e aroma distintos, mesmo quando cultivados nas mesmas condições”, avalia o pesquisador, dizendo que a qualidade de bebida é um dos aspectos de maior relevância na composição do preço. Gerson afirma que o pequeno produtor também pode ter acesso a essa linhagem de sementes melhoradas geneticamente. “Todas as instituições de pesquisa que trabalham com o cafeeiro no Brasil possui um sistema de produção de sementes certificadas, portanto à medida que se faça a desova destes materiais, podem ser disponibilizados para a comercialização e ai qualquer produtor poderá ter acesso a este produto. À medida que nossos produtos são colocados no mercado, os produtores de sementes e mudas, eles já inserem isto no sistema de produção. É bom deixar claro, que o que foi dito durante a Fenicafé, com relação a qualidade de bebida e melhoramentos, são trabalhos que demoram muito tempo para aparecer, porque o melhoramento clássico do cafeeiro demora pelo menos 20 a 30 anos de seleção para chegar de fato um material passível de recomendação”

Fenicafé
Promovido pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) - Café do Cerrado Brasil, a Fenicafé conta com o apoio da Embrapa/Café - Prefeitura Municipal de Araguari e Sebrae/MG. O Fenicafé acontece até o dia 26 de março no Pica-pau Country Clube, em Araguari. Mais informações podem ser obtidas no site: http://www.fenicafe.com.br

Norte-americano fala sobre irrigação na Fenicafé


O professor Derrel Martin da Universidade de Nebraska nos Estados Unidos falou sobre sua experiência em irrigação no país norte-americano

Uma grande surpresa na Fenicafé 2010 foi a palestra relâmpago do norte-americano Derrel Martin Ph.d, P.E, do departament of Biological Systemns Engeneering Irrigation and Water Resourcer Engeneerin Institute of Agriculture and Natural Resources, do departamento de engenharia de irrigação e sistemas biológicos da Universidade de Nebraska nos Estados Unidos. Martin traçou um panorama sobre a gestão de recursos hídridos com base em uma gestão concreta, a partir de estudos realizados na universidade. “Nos EUA os dados são concretos, baseados em estudos profundos. Lá eles tem pontos de monitoramentos permanentes, enquanto no Brasil o nível de informação é muito pequena”, ressalta Antônio Alfredo, da NaadanJan, empresa especializada em irrigação. Alfredo fez a tradução da palestra de Martin.
Segundo ele, o trabalho nos Estados Unidos é elaborado a partir de uma gestão participativa, onde a cadeia produtiva participa através de um comitê e suas sugestões valem e muito. “Os americanos trazem a responsabilidade para sua propriedade e assumem o problema e não fazem um jogo de empurra, empurra como acontece no Brasil”, afirma Alfredo, dizendo que as pesquisas realizadas na universidade são muito detalhadas. “Eles apresentam exatamente como, quando e por quanto tempo”, exemplifica.

Fenicafé
Promovido pela Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) - Café do Cerrado Brasil, a Fenicafé conta com o apoio da Embrapa/Café - Prefeitura Municipal de Araguari e Sebrae/MG. O Fenicafé acontece até o dia 26 de março no Pica-pau Country Clube, em Araguari. Mais informações podem ser obtidas no site: http://www.fenicafe.com.br

Terceiro dia de palestras do Fenicafé é concorrido

Muitas gente passou pelos corredores da Feira na manhã de sexta-feira

O terceiro dia de atividades da Fenicafé – que reúne três grandes encontros: o XII Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada; XV Encontro Nacional de Irrigação da Cafeicultura no Cerrado e a XIII Feira de Irrigação em Café do Brasil – foi muito concorrido. Muita gente passou pelos corredores do evento, que está sendo realizado no Country Clube Pica-Pau em Araguari, no Triângulo Mineiro. Aproximadamente setecentas pessoas assistiram palestras com temas ligados a cafeicultura irrigada, dentre eles podemos destacar “Melhoramento Genético do Café Visando Qualidade da Bebida”; “Irrigação – com o norte americano, Derrel Martin da Universidade de Nebraska; “Queda de Frutos: Phoma? Antracnose? Cercospora?”, com a Dra. Flávia Rodrigues, pesquisadora do Instituto Biológico”; “Mercado de Café Frente ao Crescimento da Produção de Conillon”, com o diretor executivo da Abic, Natan Herszkowicz. Em 2010, o evento que apresenta o tema “Previna-se: Quem Investe em Irrigação Colhe Mais”, se encerra hoje.
O evento é uma realização da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) – Café do Cerrado Brasil e conta com o apoio do Ministério da Agricultura, da Embrapa/Café – Prefeitura Municipal de Araguari e Sebrae/MG.

Preservação ambiental
Durante os dias de realização da Fenicafé, em Araguari, as emissões de gás carbônico (CO2) enviadas para a atmosfera foram contadas e serão convertidas em plantio de árvores nativas, possibilitando assim sua neutralização. Segundo a ACA, a iniciativa visa contribuir para diminuição do efeito estufa, que está preocupando ambientalistas de todo o mundo. O exemplo dado pelos organizadores alerta todos os envolvidos diretos e indiretos para que exerçam suas atividades no presente viabilizando o futuro, garantindo às novas gerações condições favoráveis de vida. A entidade mantém ainda durante o ano todo, programa de orientação aos cafeicultores para que trabalhem de forma sustentável, otimizando processos de produção, principalmente quanto ao consumo de água nos processos de irrigação das lavouras.

quinta-feira, 25 de março de 2010

A irrigação é o tema principal dos debates desta quinta-feira, na Fenicafé 2010

A irrigação é o tema principal dos debates desta quinta-feira, na Fenicafé 2010

Muitos produtores estão partindo para o plantio de café com sistema de irrigação, motivados pelos resultados satisfatórios já obtidos e em função dos sérios prejuízos causados pela estiagem. A procura de informações técnicas, principalmente no que se relaciona à incidência da irrigação nos custos de produção, realmente tem surpreendido os especialistas. O XI Simpósio Brasileiro de Pesquisa em Cafeicultura Irrigada, realizado dentro da Fenicafé 2010, destacou a irrigação e apresentou as inovações do setor.
O pesquisador Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca, da Embrapa/Incaper (Insituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) realçou as condições em que se deu o desenvolvimento da cafeicultura no estado até o fim dos anos 60 e o apoio posterior do Governo Federal com o Plano de Renovação da Lavoura Cafeeira, quando da expansão da atividade a partir do advento do café solúvel e de sua utilização em “blends” com o café arábica nos chamados “torrados e moídos”.
A conilon é uma variedade de café tolerante às temperaturas elevadas. Cultivado com base nas tecnologias recomendadas pela pesquisa, tem potencial para alcançar produtividades entre 120 a150 sacas beneficiadas/ha. É um bom desempenho, afirma Aymbiré Almeida. O tema foi debatido nesta quinta-feira(25) também pelo professor Dr. André Luis Teixeira Fernande, Coordenador do Núcleo de Cafeicultura Irrigada da Embrapa Café; por Dr. Helvécio Matanna Saturnino, presidente da Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem(ABID); Nivaldo Souza Ribeiro, presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA); Dr. Aymbiré Francisco de Almeida da Fonseca, gerente geral da Embrapa Café; Roberto Santinato, engenheiro agrônomo do Mapa/ Procafé.

Irrigação
Quanto ao tipo de irrigação adequada, o produtor pode optar por diferentes sistemas. Uma delas é o pivô central, mais indicado para áreas maiores, com declividade até 20%, exigindo menos mão de obra. Já o de gotejamento, que apresenta baixo custo de instalação, serve para lavouras pequenas (até 10 hectares) em qualquer tipo de solo, declives em até 30% e regiões de baixa disponibilidade de água. Já a tripa, de custo inicial inferior, exige mais mão-de-obra, recomendando-se sua utilização em áreas pequenas e médias (até 30 hectares), em qualquer tipo de solo e boa disponibilidade de água. Quadros demonstrativos comprovam, para relação custo/benefício, que compensa implantar o sistema de irrigação em lavouras de café. Em circunstâncias normais, o café sequeiro rende 22 sacas beneficiadas, por hectare, na primeira safra, chegando a 103 sacas no final de três safras, ao passo que o café irrigado rende 37 na primeira e 150 sacas nas três safras. Já em circunstâncias anormais, como a forte estiagem, a diferença é bem maior em favor da área irrigada. O café sequeiro este ano, na primeira safra, em algumas lavouras ainda atingiu perto de 15 sacas, enquanto em outras não chegou sequer a render seis sacas por hectare.

Fenicafé
A feira, que segue até sexta-feira (26), no Pica-Pau Country Clube. A feira é uma realização da ACA em parceria com Embrapa Café, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Prefeitura Municipal de Araguari e Consórcio de Pesquisa de Café. Mais informações acesse: www.fenicafe.com.br.