quarta-feira, 24 de março de 2010

Palestra debate o sequestro de carbono e manejo da matéria orgânica no solo na FeniCafé

O sequestro de carbono em sistema de produção sob plantio direto foi tema de um debate ocorrido nesta terça-feira (24), durante a 15a. Edição da Fenicafé, que acontece até o dia 26 de março em Araguari, no Triangulo Mineiro. A palestra foi coordenada pelo Professor Dr. João Carlos Moraes Sá, da Universidade Estadual de Ponta. O conceito de seqüestro de carbono foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera, visando a diminuição do efeito estufa.
Para Sá, a conservação de estoques de carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação; a preservação de florestas nativas; a implantação de florestas e sistemas agroflorestais e a recuperação de áreas degradadas são algumas das ações que contribuem para a redução da concentração do CO2 na atmosfera. “Os resultados do efeito Seqüestro de Carbono podem ser quantificados através da estimativa da biomassa da planta acima e abaixo do solo, do cálculo de carbono estocado nos produtos madeireiros e pela quantidade de CO2 absorvido no processo de fotossíntese”, observa. Para exemplificar o processo, o professor traçou cinco cenários. Ele argumentou que desde 1990 a área de lavouras cultivadas sob a sistema de plantio direto (PD) aumentou de aproximadamente 1Mha aos atuais 10 M ha. Eles também consideram ser inquestionável que esse modelo gere grandes benefícios em termos da proteção do solo, com a redução da erosão e a preservação da sua fertilidade. Segundo Sá, a chave do sucesso do plantio direto está na capacidade de desenvolver um sistema de produção com base na produção de carbono. “Existe um consenso que solos sob PD acumulam mais matéria orgânica (C) do que solos sob o plantio convencional (PC). Com a continuação da expansão da área sob esse sistema de manejo, é grande a possibilidade de que esta acumulação do C, derivado do CO2 da atmosfera, possa representar uma contribuição significativa no seqüestro de gases de efeito estufa no Brasil. Isso geraria um grande impacto no inventário destes gases”, afirma, dizendo que “conhecimentos nos temos, o que falta agora é treinamento para a classe agronômica e um suporte adequado para o produtor rural”, finaliza.
A feira, que segue até sexta-feira (26), no Pica-Pau Country Clube. A feira é uma realização da ACA em parceria com Embrapa Café, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Prefeitura Municipal de Araguari e Consórcio de Pesquisa de Café. Mais informações acesse: www.fenicafe.com.br.

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