quarta-feira, 24 de março de 2010

As perspectivas da Agricultura no Brasil e no mundo são discutidas durante a FeniCafé


Antônio Carlos Ortiz, do Head of Rural Banking – Rabobank, traçou um panorama sobre o mercado agrícola no país e no mundo

Segundo Antônio Carlos Ortiz, do Head of Rural Banking – Rabobank, o agronegócio brasileiro iniciou 2010 com boas perspectivas de recuperação. Nada de crescimento bombástico, mas pelo menos algo capaz de devolver aos principais segmentos do campo a tendência ascendente observada do início da década até 2008, apesar de tropeços em 2005 e 2006.
Estudo do Rabobank corrobora a tese. De oito importantes cadeias produtivas analisadas pelo banco de origem holandesa com forte atuação na área rural, a da soja é a que aparece com mais riscos. Para cana (açúcar e álcool), café, algodão, milho e carnes (bovina, suína e de frango), o horizonte é mais promissor, pelo menos a partir da análise dos fundamentos de oferta e demanda de cada segmento. O tema foi debatido durante a 15a. Edição da Fenicafé, que acontece até o dia 26 de março em Araguari, no Triangulo Mineiro, quando Antônio Carlos Ortiz, abordou o tema “As perspectivas da Agricultura no Brasil e no mundo”.
O trabalho do banco pondera que nem só desses fundamentos vivem os mercados, mas pelo lado das decisões de investimentos derivadas de condições macroeconômicas o cenário é positivo. O Rabobank lembra que o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta "leve retomada" do crescimento econômico mundial em 2010, puxada pelos países em desenvolvimento, e que no Brasil, um dos motores emergentes, o terreno é firme. A ressalva é o câmbio, já que a expectativa é que o real continue forte, afetando as exportações.
Principal foco de reclamações da ala exportadora do agronegócio em 2009, a erosão do dólar já é, desde as primeiras estimativas para 2010, a principal vilã do ano novo, ainda que tenha sido vital para a sustentação das cotações internacionais das commodities em 2009. Como não há sinais de mudanças cambiais profundas antes do segundo semestre, é de se esperar que esse fator de suporte perdure.
No caso da soja, que puxa a renda bruta das lavouras do país e as exportações nacionais do agronegócio, o temor decorre da grande possibilidade de queda de preços internacionais dada a gorda oferta global projetada. “A relação estoque/consumo aumentou bastante, o que deve continuar trazendo pressão para os preços internacionais”, afirma Ortiz.

Para o milho, o Rabobank afirma que a redução dos estoques globais e a relação estoque devem manter os preços elevados no mercado internacional. Já no Brasil, apesar de fundamentos mais positivos, recuperação dos preços deve ocorrer somente a partir do 2º semestre. No exterior, o quadro de oferta e demanda é menos confortável que o da soja, cujos estoques globais tendem a aumentar.
Para o café, apesar das perspectivas de queda de preços no exterior e no país, já que a oferta deverá crescer mais do que a demanda, a redução dos custos deverá preservar as margens. Mas não há espaço para ganhos significativos, conforme o estudo do Rabobank. Diferente é a expectativa para o algodão, cujos excedentes tendem a cair. Porém, estima-se que a área mundial deverá aumentar em 1,65 milhões de hectares em 2010/11.
. Ortiz considera que o déficit global de açúcar derivado da escassez indiana seguirá a sustentar os preços internacionais e a demanda pelo produto brasileiro pelo menos por mais quatro meses, quando começa a entrar a safra de cana do Centro-Sul do Brasil. E para o etanol as boas vendas de veículos flex
A feira, que segue até sexta-feira (26), no Pica-Pau Country Clube. A feira é uma realização da ACA em parceria com Embrapa Café, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Prefeitura Municipal de Araguari e Consórcio de Pesquisa de Café. Mais informações acesse: www.fenicafe.com.br. Com informações do Rabodobank.

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